A Vida Passou na Frente

Gostaria de dizer que minha ausência nas últimas semanas foi justificável, mas não estou tão certo.

Peço que você me ajude a encontrar essa resposta.

Prólogo

Quarta-feira, 7 de junho de 2023 por volta de 20h.

O cruzamento mostrava apenas uma pessoa atravessando a rua quando meu filho mais velho, pilotando sua motocicleta, foi cortado por um automóvel que avançou a preferencial.

Na filmagem de uma câmera de segurança é possível perceber nitidamente que ele tenta, em um vão ato desesperado, frear e “puxar” a moto para a direita para impedir a colisão com o automóvel que se punha como um muro de concreto a sua frente.

Em milésimos de segundos ele se choca com a lateral esquerda do corpo sendo esmagado entre o automóvel e a motocicleta, vai ao chão, tenta se levantar, mas desfalece.

O motorista foge.

Nos segundos que se seguem, é possível ver o pedestre gritando: - Ei! Ei! Volta aqui! Você matou o cara!

Fim do Prólogo

A vida passa na frente!

Os últimos meses têm se mostrado reveladores tanto em minha vida pessoal quanto em relação ao meu negócio de consultoria de posicionamento estratégico para prestadores de serviço.

Saiba que essa distinção entre as dimensões pessoal e profissional é uma mera construção didática, uma vez que como solopreneurs lidamos com um amálgama delas diariamente.

O que nos leva ao ponto-chave da newsletter de hoje: - A vida passa na frente!

Como solopreneurs temos muitas tarefas a realizar e quando alternamos de uma profissional para uma pessoal e vice-versa, aquela que deixa de ser realizada sempre causa um impacto negativo, em especial quando não voltamos para realizá-la (chocante, eu sei).

É uma espécie de esquecimento que possui muitas causas como desconforto, negação, procrastinação, dificuldade etc, mas não vou entrar nessas questões psicológicas/emocionais nesse texto.

É claro que quando ficamos sem prazo, damos um jeito de concluí-las, mas conviver com tarefas inacabadas (ou não iniciadas) é uma boa receita para a loucura.

Quantas vezes você precisava prospectar novos clientes e lembrou que tinha que sair para comprar alguma coisa?

Quantas vezes você esqueceu de pagar uma conta porque precisava concluir o serviço e um cliente?

Quantas vezes você iniciou a leitura de um livro e alguns dias depois lembrou que havia esquecido dele?

Creio que você entendeu o que quero dizer.

Quando você consegue lembrar que demorou demais para marcar seus exames médicos ou para organizar a documentação para declarar seu imposto de renda, podemos dizer que “A vida passou na frente!”.

Agora que entendemos o significado desse termo, precisamos investigar três questões fundamentais para encontrar uma solução para esse problema.

A primeira delas é: - Como pode a vida passar na frente da nossa própria vida?

É isso mesmo o que você acabou de ler!

Nós todos (eu, você, eles, …) temos uma única vida, então como pode a vida passar na frente dela mesma?!

Leia novamente o parágrafo anterior e deixe que ele faça sentido.

Vamos. Eu espero.

De volta?!

O que devemos entender é que excetuando-se emergências ou revezes naturais da vida como a falta de água, gás, energia ou outros fatores externos aleatórios, não se trata da vida passando na frente, mas sim de (certa) falta de controle sobre as tarefas que precisam ser realizadas diariamente, semanalmente, mensalmente ou anualmente.

Quando comutamos entre tarefas pessoais e profissionais de modo a causar prejuízo para a dimensão que fica descoberta, temos um nítido sinal de problema.

Um problema que você está provocando, mas que pode ser resolvido.

O que nos leva à segunda questão: - Como evitar que a vida passe na frente (ou será que é melhor abandonar esse termo aqui?).

Aí está o pote de ouro no final do arco-íris, mas para chegarmos até ele, é necessário que exploremos (juntos) o conceito de “Monkey Mind”, que é uma terminologia budista que descreve um estado de inquietação e falta de controle nos pensamentos.

Quando estamos realizando uma importante tarefa profissional e nossa mente nos empurra o pensamento de que pode ter chegado um e-mail importante para que entremos no buraco negro que é nossa caixa postal, estamos diante do efeito devastador de nossa “Monkey Mind”.

Essa falta de controle sobre os pensamentos me parece ser a causa de todo o problema e um recurso poderoso para minimizar os impactos de sua “Monkey Mind” é a meditação, mas caso você não seja desse time, é possível resolver esse problema com um pouco de organização, dedicação e perseverança.

É bom lembrar que o excesso de tarefas pendentes ou inacabadas provoca o enfraquecimento de nossa “potência de agir” à medida que os prazos se aproximam.

Às vezes nos sentimos oprimidos diante do grande número de tarefas inacabadas/pendentes que temos diante de nós, ou até mesmo pelo seu grau de dificuldade, em especial se estamos em um ponto de virada como a transição do CLT para a vida empreendedora, por exemplo.

O que nos leva à terceira questão: - Como fazer o que precisa ser feito por meio do silenciamento de nossa “Monkey Mind”?

Precisamos garantir que tanto as tarefas pessoais quanto as profissionais sejam realizadas em momentos diferentes.

Dessa forma você garante o avanço de sua vida profissional e sossego em sua vida pessoal.

Mas como posso fazer isso dar certo, Geo?

Fico feliz que você perguntou…

… e aqui vai a resposta.

Agenda!

Sei que você pode ter sentido seu estômago revirar, pois eu também fui reticente (sendo eufêmico) com o uso da agenda durante anos.

Mas gostaria de pedir a você o benefício da dúvida.

Tudo bem?!

Imagine que você está realizando uma tarefa profissional extremamente importante para o seu negócio e percebe que naquele exato momento não há outra tarefa a ser realizada além dela.

Você tenta lembrar de alguma outra coisa para fazer, mas nota que não lhe vem lembrança alguma de outra atividade que poderia realizar.

Está tudo em ordem.

Tranquilidade.

Silêncio.

Paz.

Geo, isso é um sonho!

Eu sei, então vamos adiante!

A única maneira disso acontecer é reunindo dois aspectos particularmente importantes:

1. Você agendou blocos de trabalho para todas as tarefas que precisa realizar de acordos com os prazos estabelecidos.

2. Você entende que cada bloco de trabalho precisa ser gasto na realização da tarefa agendada e nada além disso.

O resto é treino! E quando você treina, desenvolve essa habilidade de se concentrar na execução de uma única tarefa sem se importar com mais nada.

Creio que é agora a sua deixa para dizer: - mas isso não vai funcionar comigo!

Tô ligado…

Esses dois fatores nos permitem reduzir as chances da vida passar na frente como uma consequência de sua “Monkey Mind”.

Pois bem, vou expor o que fiz recentemente para anular (ou quase) a minha “Monkey Mind” e ter mais paz de espírito enquanto avançava com meus clientes da consultoria, lançava a comunidade do negócio indelével (creio que vou falar mais sobre isso em textos futuros), colocava minha vida pessoal em ordem, participava de um processo seletivo (infelizmente não posso revelar isso agora, mas no momento oportuno, você irá saber), concluía alguns projetos pendentes e preparava uma nova fase do meu negócio.

Eu pensei assim: - Como todos nós temos uma “Monkey Mind”, devemos usá-la em nosso favor.

Mas como poderíamos fazer isso, certo?!

Você deve se habituar a anotar todas as tarefas pessoais e profissionais que precisa realizar em um App ou usando papel e lápis.

Isso não precisa ser feito de uma vez só em uma única sessão.

Deixe sua “Monkey Mind” trabalhar e anote todas as tarefas ao longo dos próximos dias.

No fundo você vai fazer isso para sempre.

Em seguida, você vai estabelecer os prazos para a conclusão de cada tarefa e é aqui que a maioria das pessoas falha miseravelmente.

Você precisa estabelecer prazos factíveis.

O ideal é que você estabeleça prazos razoáveis para cada tarefa, tomando o cuidado de verificar o tempo disponível que você tem para realizá-las.

Nunca tente “espremer” suas tarefas em blocos de trabalho menores do que os necessários para sua realização, pois você passa a ter uma agenda insustentável e uma vida miseravelmente acelerada.

Note que nesse caso, as chances de dar cabo das tarefas aumentam somente se você trabalhar desesperadamente.

E uma última reflexão nesse sentido…

Não há razão e sentido em estabelecer um tempo menor do que o necessário para a realização de suas tarefas.

Quando você precisa fazer isso em virtude de um grande número de tarefas, é certeza de que você vai sentir sua vida acelerada e com o tempo vem o desgaste (físico e emocional).

E é aqui que precisamos compreender (e aplicar) um conceito atribuído aos S.E.A.L.s norte-americanos:

“Devagar é tranquilo e tranquilo é rápido”

Entrei em contato com essa ideia há alguns anos, mas demorei a entendê-la e a aprender a colocá- la em prática.

Então se você tiver atenção, vai economizar alguns anos…

Quando observamos pessoas bem-sucedidas, tendemos a acreditar que seu sucesso é diretamente proporcional à grandiosidade de seus atos.

No fundo, o sucesso é proporcional à execução continua e deliberada de pequenos hábitos.

Isso mesmo!

Pequenos hábitos realizados diariamente tem o poder de colocar a sua vida na direção que você desejar.

Podemos entender os hábitos como tarefas que realizamos que nos levam a um destino mais ou menos definido.

Por exemplo, se você praticar exercícios e se alimentar corretamente todos os dias, conseguimos imaginar o aumento da massa muscular ou de uma redução do índice de gordura.

Ou se você estudar sobre o sono durante uma hora por dia e colocar o que aprendeu em prática, é provável que consiga ter as melhores noite de sua vida.

Nesse sentido, podemos pensar nas tarefas que precisamos realizar como uma sucessão de hábitos isolados em blocos de trabalho na sua agenda.

Você deve estabelecer pequenas sessões de trabalho espalhadas ao longo dos dias, das semanas, dos meses ou dos anos.

Por um lado, você pode acreditar que isso seja pouco, mas na verdade é o que podemos chamar de “devagar” que nos leva ao que é “tranquilo” de realizar, mas quando concluímos as tarefas no prazo estabelecido, você chega à conclusão de que foi “rápido”.

Vamos a outro exemplo…

Em 2016, resolvi que a minha liberdade estava no mercado digital, porém minha evolução nos últimos 6 meses foi maior do que em todos os anos anteriores somados.

Se alguém me dissesse que é possível estabelecer um negócio de prestação de serviços lucrativo em apenas 6 meses, eu diria que é muito tempo, mas após trabalhar alguns anos sem resultados expressivos, sei que 6 meses é, na verdade, muito rápido.

Então se eu pudesse me dedicar às tarefas necessárias para o sucesso do meu negócio diariamente para alcançar o resultado desejado em 6 meses, eu o faria religiosamente, entende?!

Quando você tiver sua lista de tarefas com prazos factíveis, é hora de estabelecer os blocos de trabalho em sua agenda.

Você deve associar cada tarefa a ser realizada à quantidade necessária de blocos de trabalho de modo a realizá-la dentro do prazo.

Lembre-se que à cada tarefa alocada, você fica com menos tempo disponível, mas também garante o avanço dos seus projetos.

Prepare-se para ter bastante trabalho, mas vai valer à pena.

Vai ser necessário criar um hábito de rever sua lista de tarefas pendentes e alocá-las nos blocos de trabalho a cada semana e isso vai exigir uma certa disciplina.

No começo pode ser um desafio estabelecer essa rotina, mas como o tempo o hábito de lidar com as tarefas e agenda vai sendo construído.

Com sua agenda organizada dessa forma, tudo o que você tem a fazer é o que precisa ser feito de acordo com o que está planejado em sua agenda.

Essa é a parte mais difícil do trabalho, especialmente quando você “não quer” realizar certas tarefas, então uma sugestão seria terceirizar ou eliminar esse tipo de atividade ou até mesmo não se envolver mais com elas, mas creio que isso seja assunto para outro texto.

Se você se sentir à vontade, me responda esse texto contando como é a sua “Monkey Mind” ou sobre como você está se sentindo diante dos desafios da vida pessoal e empreendedora atualmente.

Lembre-se de que eu leio e respondo todos os os e-mails que recebo, então basta falar comigo pelo geo@negocioindelevel.com.

Epílogo

Quarta-feira, 7 de junho de 2023 por volta de 21h.

Eu estava trabalhando quando meu telefone tocou.

A primeira mensagem foi simples e objetiva: - Não se preocupe!

- Fudeu! - eu pensei.

- O Tales sofreu um acidente de moto, mas está bem.

- Onde vocês estão? - perguntei aflito.

- Em uma ambulância, indo para a emergência.

- Encontro vocês lá! - eu disse ainda atônito.

Não lembro ao certo, o que fiz nos minutos seguintes além de rever minhas prioridades.

Quando dei por mim, eu estava entrando na sala de observação onde o encontrei deitado aguardando o resultado dos exames.

Havia luxações na parte lateral esquerda do seu corpo e sua camisa havia sido cortada para que os médicos pudessem examiná-lo.

Ele estava calmo como lhe é peculiar, o que me tranquilizou.

Eu procurei me mostrar sereno como se estivesse sobre a influência de um gatilho de reciprocidade, acreditando que meu estado pudesse ajudá-lo de alguma forma.

Algumas horas depois, ele saiu andando do hospital como se nada tivesse acontecido.

Tudo não passou de um grande susto, como os médicos disseram.

Alguns dias depois, ele me enviou uma filmagem de uma câmera de segurança mostrando o acidente.

Ainda bem que eu não tive a oportunidade de ver aquilo antes de chegar ao hospital.

Caso você queira dar uma conferida, basta clicar aqui.

Mas devo alertar de que são cenas fortes, apesar de você saber que ele está bem.

Fim do Epílogo

Talvez você esteja se perguntando por que eu trouxe essa história à tona nesse texto.

E a resposta é simples…

Esse é um caso em que podemos dizer:

A vida passa na frente!

Fatores externos impedindo a execução de tarefas importantes.

Mas como sabemos, o resto é um problema de falta de controle que se resolve com certa organização, dedicação e perseverança.

Agora vamos falar sobre a minha ausência nas últimas semanas.

Estive envolvido em muitos projetos simultaneamente (ainda estou, na verdade) e só consegui escrever e publicar esse texto porque utilizei blocos diários de trabalho de 1h na última semana.

Todos os dias de 7h às 8h da manhã.

Considerando que esse texto tem mais de 2400 palavras, provo meu argumento de que o uso da agenda da forma que compartilhei com você funciona mesmo com uma sobrecarga de tarefas.

Lembre-se:

“Devagar é tranquilo e tranquilo é rápido”

Nos vemos em breve.

Geo Caraveo

“O Pai do Garoto de Aço”

P.S.

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